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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sincretismo na Umbanda

Houve um triste tempo em nosso país onde os negros trazidos à força da África sofriam com a saudade de seus lares, parentes e amigos.
Obrigados a uma rotina de maus tratos torturante sentiam falta de seus ritos tradicionais com danças, cantos e louvores aos orixás de sua terra. Ao observarem a fé de seus senhores totalmente direcionada aos cultos católicos, os negros passaram a disfarçar seus hábitos religiosos usando os santos da igreja como “sombra” para seus deuses.
Colocavam imagens católicas no meio de suas rodas e louvavam durante a noite as suas divindades, sempre dizendo aos feitores que era o jeito africano de homenagear os santos de seus senhores. Estes, por sua vez, estranhavam os batuques e os cantos em linguagem indecifrável, o que fazia tudo parecer feitiçaria, mas ficavam tranquilizados ao saberem que eram festas para os santos católicos, chegando, às vezes, a freqüentar as rodas religiosas. Desse pequeno embuste surgiu a tradição do uso de imagens católicas para identificar os santos de Umbanda e Candomblé, o que na realidade não existe. Claro que hoje esse sincretismo deixou de ser necessário, mas os pais de santo admitem que ao se ter uma imagem para direcionar suas preces e pedidos, os filhos sentem-se mais a vontade, pois os Orixás são forças da natureza, energia vibrante do vento, da chuva, do fogo e assim por diante.
Como relacionar nossas orações a essas energias sem uma imagem que as torne mais “palpáveis”?
Tudo vale desde que haja o respeito e a fé necessários para um bom trabalho. Que as mentes estejam direcionadas para a energia que o congá nos transmite e eleve nossos pedidos e pensamentos até o Pai celestial e que os santos, católicos ou não, nos ajudem como mensageiros Dele, que na verdade os são. Respeitemos então o sincretismo como tradição que devemos aceitar e resguardar para o futuro de nossa religião. A Umbanda é um celeiro de fé e nela cabem todas as espécies de crenças que possam nos levar ao objetivo maior de amor e caridade pregado pelas nossas entidades.