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terça-feira, 4 de junho de 2024

Diferença entre o Candomblé e a Umbanda

A umbanda e o candomblé são duas religiões nascidas no Brasil e que compartilham a mesma matriz africana. Porém, existem muitas diferenças entre essas duas vertentes religiosas, tanto históricas quanto teológicas.

"Diferentemente das três grandes religiões monoteístas ocidentais (o cristianismo, o judaísmo e o islamismo), a umbanda e o candomblé não possuem uma tradição escrita marcada por um livro sagrado, como a bíblia, a torá e o corão. 
As religiões retratadas neste artigo possuem uma origem comum, nos ritos africanos, e uma tradição marcada essencialmente pela oralidade e, no caso do candomblé, pelo aprendizado religioso direto por meio da prática cotidiana da religião no terreiro (local onde são realizados os rituais religiosos tanto da umbanda quanto do candomblé). A cruel escravização de povos africanos em terras brasileiras ocasionou a mistura de povos e culturas diferentes.
 Em nosso país, fundiram-se a cultura, o sangue e os costumes de povos nativos (indígenas), africanos e europeus. 
Os africanos trouxeram consigo a prática de cultos religiosos comuns em todo o território africano destinados à gratidão e aos pedidos aos orixás.
 Leia também: A origem dos terreiros de candomblé Tópicos deste artigo
1 - O que são orixás? 
2 - Candomblé 
3 - Umbanda 
4 - Relação dos orixás com os santos católicos 
5 - Conclusões 

 O que são orixás? 
Os orixás na mitologia africana são, em geral, divindades que ordenavam o mundo e estavam presentes, de maneira imanente, nas forças da natureza. Nesse movimento surgiram a umbanda, o candomblé (as duas principais religiões afro-brasileiras) e também outras denominações, como a quimbanda e o xambá. 
Como mostraremos neste texto, apesar das semelhanças entre as duas religiões por causa da mesma raiz, elas possuem grandes diferenças. 

 Candomblé 
O candomblé é mais antigo e está muito mais próximo dos ritos africanos, pois é uma junção mais pura e direta dos diversos cultos africanos trazidos pelos negros escravizados. Estima-se que surgiu na Bahia e espalhou-se, primeiramente, por terras nordestinas. Os rituais do candomblé são muito mais parecidos com os rituais africanos, com batuques, danças e oferendas.
 Como advém de povos diferentes, essa religião não é praticada de maneira única e possui, ao menos, quatro denominações diferentes: Ketu, de tradição yorubá, dos povos nagô; Jeje, de tradição fon, dos povos jeje; Bantu, de tradição bacongo, dos povos angolanos;
 Caboclo, junção das entidades africanas e dos espíritos cultuados pelos povos indígenas; Nos rituais do candomblé, são feitas oferendas (geralmente comidas típicas) para agradar aos orixás, acompanhadas de batuques e dança. As batucadas e os cantos que acompanham a música variam de acordo com a origem da denominação em prática no terreiro. 
Os ketus, por exemplo, têm cantos entoados em yorubá (língua dos povos daquela etnia), enquanto os bantus (angolanos) entoam cânticos em bantu bacongo. 
 No candomblé, não é comum a prática de incorporação ou da mediunidade. Os rituais em terreiros são espécies de festas em oferta, com comida farta, música e dança, o que na crença dessa religião atrai os espíritos ancestrais e os orixás. As pessoas presentes nesses rituais, quando iniciadas na religião, entram em uma espécie de transe e dançam de acordo com os seus orixás de cabeça (o orixá que guia a vida de cada pessoa). O sacerdócio nos terreiros de candomblé é exercido pelo Babalorixá (caso seja um homem) ou pela Yalorixá (caso seja uma mulher). Ao contrário da umbanda, os cultos dessa religião não utilizam drogas, como tabaco e álcool. A mitologia africana aponta, além dos orixás, a existência de um deus soberano, chamado de Olódùmarè. 
Quanto aos orixás cultuados, a quantidade varia de acordo com o tipo de candomblé. Em geral, há em torno de dezesseis ou vinte orixás, cada um com sua qualidade e especificidade. Os candomblecistas acreditam na imortalidade da alma e na reencarnação.
 Umbanda Nascida no Brasil em 1908 por meio de um jovem chamado Zélio Fernandino de Moraes, a umbanda (palavra originada do dialeto quimbunda que significa curandeirismo ou arte da cura) é uma religião afro-brasileira que sincretiza elementos dos cultos africanos com elementos das religiões indígenas, do catolicismo e do espiritismo kardecista. 
 Conta a história que Zélio Fernandino começou a apresentar um comportamento estranho, no qual parecia imitar um velho dizendo palavras ininteligíveis. Preocupados com o jovem, seus familiares levaram-no ao médico, que recomendou a visita a um padre. A família, porém, levou-o a um centro espírita, onde foi detectada a incorporação de um espírito que se autodenominava o Caboclo das Sete Encruzilhadas. 

A partir daí, o espírito começou a dar instruções sobre o que deveria ser feito, dando início à prática da umbanda. Por ser uma religião sincrética, a umbanda acredita na existência de um deus soberano chamado Olorum (equivalente a Olódùmarè), mantém uma relação de crença em relação aos orixás, porém diferente da crença candomblecista. Acredita na imortalidade da alma, na reencarnação e no carma, além de cultuar entidades, que seriam espíritos mais experientes que guiam as pessoas. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) A figura dos orixás aparece para os umbandistas como uma energia natural que é acessada pelos espíritos guias (as entidades) e passada por meio desses espíritos às pessoas. Um dos principais marcos cristãos presentes na umbanda, herdado do catolicismo e do espiritismo kardecista, é a prática da caridade. Na umbanda, somente quem pratica a caridade incondicionalmente é capaz de evoluir o seu espírito. 
 Os umbandistas, em seus rituais, tocam batuques e cantam cânticos sagrados em português, além de receberem incorporações (por meio dos médiuns) das entidades, que têm o poder de curar, aconselhar, avaliar e modificar a vida das pessoas. Por ser uma religião de crença bastante imanente, os espíritos ou entidades têm uma ligação muito forte com a vida terrena, por isso, têm ligação com elementos presentes na vida material como o consumo de fumos, de comidas e de bebidas (algumas alcoólicas) para realizarem o que chamam de trabalho (a incorporação no terreiro durante o ritual). Estas representações se ligam a uma simbologia sagrada para tais religiões e devem ser respeitadas. O sacerdócio em terreiros de umbanda é exercido pelo Pai de Santo (caso seja homem) ou pela Mãe de Santo (caso seja mulher). A umbanda também não é composta por uma vertente única. Após a sua disseminação por meio do médium Zélio Fernandino, várias vertentes diferentes começaram a aparecer. Em 1939, foi fundada a União Espírita de Umbanda do Brasil (UEUB), que institucionalizou essa religião, tornando-a mais consolidada teologicamente que o candomblé. A partir de então, a UEUB passa a organizar congressos de umbanda no Brasil, o que estimula o estudo e o fortalecimento da doutrina umbandista. Na umbanda, são cultuados nove orixás (Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nana Buruquê e Obaluaê/Omulú. Esses orixás representam as chamadas sete linhas da umbanda e, como foi dito, não há nos rituais um trabalho direto com os orixás, mas sim com as entidades, que são espíritos classificados de acordo com suas características, da seguinte maneira: Exus e Pombagiras: são mensageiros dos orixás (exu é o masculino, e pombagira, o feminino) – há um equívoco na interpretação dessas entidades, pois algumas tradições cristãs associaram-nas ao demônio. O candomblé também trata Exu de maneira diferente, pois, em sua crença,
 Exu é um orixá, e não uma entidade; 
 Caboclos: espíritos de índios, tanto guerreiros quanto curandeiros (pajés); Preto-velho e preta-velha: espíritos de escravos e escravas brasileiros, velhos e sábios; Erês (crianças): espíritos de crianças, puros e alegres, mas também dotados de alguma sabedoria; Baianos, marinheiros, malandros e boiadeiros: são entidades das chamadas linhas auxiliares, por algumas vertentes, ou de linhas regionais (a umbanda sofre diferenças de acordo com a localidade em que o terreiro está situado). Relação dos orixás com os santos católicos Os orixás, cultuados tanto na umbanda quanto no candomblé, foram associados por adeptos dessas duas religiões aos santos católicos. Isso porque durante, o período colonial, quando os primeiros africanos foram raptados e trazidos para terras brasileiras como escravos, a religião oficial da colônia era o catolicismo e qualquer ritual pagão era duramente coibido. Para cultuarem seus orixás, os africanos foram aprendendo a disfarçar seus rituais, criando um código onde cada orixá fosse representado por um ou mais santos do catolicismo. Assim, Iemanjá, por exemplo, era representada por Nossa Senhora da Conceição; Xangô, por São João; Ogum, por São Jorge; Oxalá, por Jesus etc. Conclusões A umbanda e o candomblé não são religiões puramente africanas, mas de matriz africana e fundadas no Brasil. Apesar de uma raiz em comum, o candomblé está mais próximo dos cultos africanos, por ter sido mais preservado, não se misturando tanto com outras religiões. Nos ritos do candomblé, são celebradas as energias trazidas pelos orixás, que provocam um efeito de transe nos adeptos dessa religião, que dançam em meio a cantos, batuques e comida oferecida aos orixás. Já a umbanda misturou, de maneira mais visível, catolicismo, espiritismo e o candomblé, fundando uma doutrina baseada em ideais dessas três religiões distintas. Por ter sido mais difundida, a umbanda consolidou-se melhor enquanto doutrina e instituição religiosa, o que a fortaleceu no Brasil.

 Por Francisco Porfírio Graduado em Filosofia" 

 Veja mais sobre "Diferença entre o candomblé e a umbanda" em: https://brasilescola.uol.com.br/religiao/diferenca-entre-candomble-umbanda.htm

quarta-feira, 17 de abril de 2024

UMBANDA EAD

 Aprenda quem são os Orixás e as Entidades do Terreiro e c/ cultua-los em casa em segurança. Acrescente os estudos a sua vivência de terreiro e entenda sobre a religião de forma única. Acesse nosso site. Parcele seus estudos. Fale com a equipe Umbanda.

LINK PARA O SITE



terça-feira, 27 de novembro de 2012

Toques de Umbanda - CD

Este CD mostra que não precisa ter gritaria, para ser um toque de Umbanda.
Zé Maurício Machline, mostrou muito bem isso. Músicas que todos podem escutar sem incomodar.
Baixe este CD e promova o que há de mais belo nesta religião, além da caridade.
Para fazer o Download clique aqui .

terça-feira, 28 de agosto de 2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sincretismo na Umbanda

Houve um triste tempo em nosso país onde os negros trazidos à força da África sofriam com a saudade de seus lares, parentes e amigos.
Obrigados a uma rotina de maus tratos torturante sentiam falta de seus ritos tradicionais com danças, cantos e louvores aos orixás de sua terra. Ao observarem a fé de seus senhores totalmente direcionada aos cultos católicos, os negros passaram a disfarçar seus hábitos religiosos usando os santos da igreja como “sombra” para seus deuses.
Colocavam imagens católicas no meio de suas rodas e louvavam durante a noite as suas divindades, sempre dizendo aos feitores que era o jeito africano de homenagear os santos de seus senhores. Estes, por sua vez, estranhavam os batuques e os cantos em linguagem indecifrável, o que fazia tudo parecer feitiçaria, mas ficavam tranquilizados ao saberem que eram festas para os santos católicos, chegando, às vezes, a freqüentar as rodas religiosas. Desse pequeno embuste surgiu a tradição do uso de imagens católicas para identificar os santos de Umbanda e Candomblé, o que na realidade não existe. Claro que hoje esse sincretismo deixou de ser necessário, mas os pais de santo admitem que ao se ter uma imagem para direcionar suas preces e pedidos, os filhos sentem-se mais a vontade, pois os Orixás são forças da natureza, energia vibrante do vento, da chuva, do fogo e assim por diante.
Como relacionar nossas orações a essas energias sem uma imagem que as torne mais “palpáveis”?
Tudo vale desde que haja o respeito e a fé necessários para um bom trabalho. Que as mentes estejam direcionadas para a energia que o congá nos transmite e eleve nossos pedidos e pensamentos até o Pai celestial e que os santos, católicos ou não, nos ajudem como mensageiros Dele, que na verdade os são. Respeitemos então o sincretismo como tradição que devemos aceitar e resguardar para o futuro de nossa religião. A Umbanda é um celeiro de fé e nela cabem todas as espécies de crenças que possam nos levar ao objetivo maior de amor e caridade pregado pelas nossas entidades.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Linha das Sereias na Umbanda.

As "sereias" são seres que nunca encarnaram e atuam como seres encantados como os elementais. São seres naturais. São regidas por Yemanjá, Oxum, Oxumaré e Nanã. Na Umbanda-Astrológica são regidas pela Lua, pelo signo de Peixes, Câncer e Escorpião.

As sereias "verdadeiras" são seres naturais regidas especialmente por Yemanjá. Num sentido esotérico elas representam as Ondinas, ou antigas sereias, são mais velhas e são regidas por Nanã Buruquê. Já as encantadas elementais aquáticas, são regidas por Oxum.

A Umbanda tradicional não reconhece Oxumaré como regendo também as sereias, mas como este signo representa a transformação e a magia é quem possibilita a vinda das sereias a Terra em forma de Mulher.

Todas incorporam nos cantos de Yemanjá, mas podem-se cantar cantos de Oxum e Nanã durante suas manifestações, que elas respondem, dançando suas danças rituais, mais rápidas nos cantos de Oxum e mais lentas nos cantos de Nanã. Elas têm um poder de limpeza, purificação e descarga de energias negativas superior a qualquer outra das linhas de trabalhos de Umbanda Sagrada. No entanto há pessoas que não se sentem bem com a influencia dessas forças se não conseguirem manifestar a mediunidade com harmonia e equilíbrio. Sendo esta uma das linhas que causam epilepsia e na Umbanda-Astrológica se revela na Vibração Lua/Netuno.

Elas não falam, só emitem um canto, que na verdade é a sonorização de um poderoso "mantra aquático", diluidor de energias, vibrações e formas-pensamento que se acumulam dentro dos centros ou nos campos vibratórios dos médiuns e dos assistentes. E é por isso que muitos que possuem uma sensibilidade muito forte não conseguem dominar essa energia e torna-se dominados por ela. Assim tem muitos distúrbios mentais e choques no sistema nervoso. E tudo isso é piorado quando a família passa a drogá-lo com remédios muito fortes para epilepsia.

Essa é uma linha poderosa, mas pouco solicitada para trabalhos junto à natureza. Até porque não são todos que conseguem compreende-la corretamente. Elas são ótimas para anular magias negativas, afastar obsessores e espíritos desequilibrados ou vingativos. Também são poderosas se solicitadas para limpeza de lares e para harmonização de casais ou famílias. Para oferendar as sereias, deve-se levar ao mar, aos lagos ou às cachoeiras: rosas brancas, velas brancas,azuis, amarelas e lilases, champanhe, frutas em calda e licores. Mas se contata mais facilmente essas energias e vibrações através de cristais com mentalizações e pontos cantados.



É um mistério que precisa ser mais bem estudado, usado e compreendido pelos umbandistas. Pois se sabe ainda muito pouco sobre elas.



Já sobre os Marinheiros a Umbanda tem nessa linha de espíritos do mar uma de suas linhas de trabalhos espirituais. Segundo se sabe eles são espíritos alegres e cordiais que gostam de imitar os marujos nos tombadilhos dos navios em dias de tempestade. Mas, na verdade são seus magnetismos aquáticos que lhe dão a impressão de que o solo está se movendo sobre os seus pés. Fato este que os obriga a se locomoverem constantemente para a frente e para trás, tal como fazem as sereias quando incorporam nas suas médiuns.Os marinheiros são realmente espíritos de antigos piratas, marujos, guardas marinhos, pescadores e capitães do mar. São regidos por Yemanjá e Oxalá, mas atuam também sob a irradiação de Yansã, Oxum e Obaluayê, etc. se as Sereis se revela com a Vibração Lua/Netuno, os marinheiros se revelam com Netuno/Mercúrio ou Júpiter/Mercúrio.



Esses bem humorados senhores trabalham dando a impressão que estão " Bêbados", as vezes falam como se tivessem indagando e que gostam de tomar rum enquanto dão consulta às pessoas. Por isso é que se - deve doutriná-los e servir-lhes só o mínimo necessário para regularem seus magnetismos e permanecerem " equilibrados" enquanto atendem as pessoas. Eles são ótimos para casos de doenças, para cortar demandas e para descarregar os locais de trabalhos espirituais, ensinando receitas bem formuladas e bem feitas.



Salve conchinha de prata;
salve quem aqui está!
Salve a Mãe Sereia,
que veio nos ajudar!

Salve conchinha de prata!
Salve o povo do mar;
salve a Mãe Sereia,
que todo mal vai levar!

Salve conchinha de prata;
Salve estrela do mar;
salve a Mãe Serei,
Rainha Iemanjá.

Ponto de N. A. Molina.



Salve o povo da água!



Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
 


ORAÇÃO DO PAI NOSSO NA UMBANDA




PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS,

NAS MATAS, NOS MARES E EM TODOS

OS MUNDOS HABITADOS.

SANTIFICADO SEJA O TEU NOME,

PELOS TEUS FILHOS, PELA NATUREZA,

PELAS ÁGUAS, PELA LUZ E PELO AR

QUE RESPIRAMOS.

QUE O TEU REINO, REINO DO BEM,

DO AMOR E DA FRATERNIDADE,

NOS UNA À TODOS E A TUDO QUE

CRIASTES, EM TORNO DA SAGRADA

CRUZ, AOS PÉS DO DIVINO SALVADOR

E REDENTOR.

QUE A TUA VONTADE NOS

CONDUZA SEMPRE PARA O CULTO DO

AMOR E DA CARIDADE.

DAI-NOS HOJE E SEMPRE A

VONTADE FIRME PARA SERMOS

VIRTUOSOS E ÚTEIS AOS NOSSOS

SEMELHANTES.

DAI-NOS HOJE O PÃO DO CORPO,

O FRUTO DAS MATAS E A ÁGUA

DAS FONTES PARA O NOSSO SUSTENTO

MATERIAL E ESPIRITUAL.

PERDOA, SE MERECERMOS,

AS NOSSAS FALTAS E DÁ O SUBLIME

SENTIMENTO DO PERDÃO PARA OS

QUE NOS OFENDAM.

NÃO NOS DEIXEIS SUCUMBIR,

ANTE A LUTA, DISSABORES, INGRATIDÕES,

TENTAÇÕES DOS MAUS ESPÍRITOS E

ILUSÕES PECAMINOSAS DA MATÉRIA.

ENVIAI-NOS, PAI, UM RAIO DE

TUA DIVINA COMPLACÊNCIA, LUZ E

MISERICÓRDIA PARA OS TEUS FILHOS

PECADORES QUE AQUI HABITAM,

PELO BEM DA HUMANIDADE, NOSSA IRMÃ.

ASSIM SEJA.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

História de Rosa Vermelha



A tarde caia lentamente. Assustada, Rubia apertou o passo quando percebeu, que um homem a seguia. Era Felinto, o bêbado da cidade. Tentou entrar por ruelas estreitas para despistar seu perseguidor. No entanto, ele continuava caminhando, a poucos passos dela. Rubia lançava olhares para todas as direções tentando encontrar alguém que a pudesse ajudar, mas era vão. A cidade estava deserta. Nem os moleques que costumavam correr por ali todas as tardes se faziam presentes nesse dia.
Já tinha ouvido falar das grandes bebedeiras daquele homem, porém nunca soube que ele houvesse feito mal a alguém. Mesmo assim, a respiração pesada, que ouvia, vinda dele, a cada passo que dava, deixava-a apavorada e insegura quanto ao motivo daquela perseguição.
Nunca saia sozinha. Aos dezessete anos, era uma moça de rara beleza e seus irmãos mais velhos nunca permitiam que fosse às ruas sem ter, ao menos um deles, como acompanhante. Nessa tarde escapara da vigilância cerrada e fora ao campo respirar um pouco de ar puro. Ao retornar, satisfeita por ter fugido um pouco da rotina, percebera os passos de Felinto e seu coração gelou. Havia algo de muito errado naquela atitude. Agora já estava correndo. Ele corria também. As mãos fortes do homem agarraram-na e uma delas imediatamente cobriu-lhe a boca.
A mão livre corria pelo seu corpo. Ela já não tinha dúvida quanto ao interesse que despertara. Freneticamente tenta se livrar, mas ele é muito forte. Uma dor aguda anuncia que chegara ao fim. Aquele infeliz tomara sua virgindade à força. Com os olhos nublados pelo ódio vê o homem levantar-se com um sorriso cínico dirigido a ela. Num relance, percebe, perto de si, uma grande pedra pontiaguda. Com rapidez se ergue já com a pedra na mão. Felinto está de costas, absorvido na tarefa de fechar a calça. Sem titubear, ela atinge sua cabeça com um golpe certeiro. Surpreso, o homem se vira. O sangue corre pelo seu rosto. Tomado de ódio e dor, agarra Rubia novamente e aperta-lhe o pescoço com extrema violência. Caem ambos por terra. A moça ainda vê a morte passar pelos olhos do homem, antes de também exalar o último suspiro.
O caminhar do espírito de Rubia, por vales sombrios, foi longo e doloroso. De outras encarnações trazia pesada carga. O assassinato de Felinto só fez aumentar, seu período de sofrimento em busca de conhecimento e luz. Hoje, em nossos terreiros, se chama Rosa Vermelha. A pomba-gira dos grandes amores. Discreta e bela, sua incorporação encanta a todos que a conhecem.
Sarava a pomba-gira Rosa Vermelha!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cabocla Indaiá e alguns Pontos


Ponto da Cabocla Indaiá
Indaiá oh, indaiá...
como vai areia, como vai areia...
como vai o mar...
Indaiá oh, indaiá...
como vai areia, como vai areia...
como vai o mar...
Indáiá e quem me diz,
o momento que dá pé,
pra eu sair com meu veleiro,
sem perigo da maré,
Quando canta a mãe sereia,
não quer que ninguém se esconda
É sinal de tempo bom...
Janaína vem na onda...
É sinal de tempo bom...
Janaína vem na onda...
Indaiá oh, indaiá...
como vai areia, como vai areia...
como vai o mar...
Indaiá oh, indaiá...
como vai areia, como vai areia...
como vai o mar...
Quando quero navegar
eu consulto Indaía...
É a mãe das caboclinas
dos domínios de Iemanjá
Ela vem com a magia...
da família encantada...
da estrela que se vê...
ao romper da madrugada....
da estrela que se vê...
ao romper da madrugada....
---------------------------------------------------
Para ouvir clique:
http://www.esnips.com/doc/0cebe80b-594c-4288-9e33-e4f129340c56/CABOCLA-INDAIÁ-

Ponto da cabocla do Mar
Quando as águas do rio...
encontrarem as ondas do mar,
eu farei um pedido...
pra cabocla na areia firmar...
Quando as águas do rio...
encontrarem as ondas do mar,
eu farei um pedido...
pra cabocla na areia firmar...
a lua no céu clareou...
os filhos de Iemanjá...
salve a mãe sereia...
saravá a cabocla do mar...
salve a mãe sereia...
saravá a cabocla do mar...
--------------------------------------
Para ouvir clique:
http://www.esnips.com/doc/661c5cfb-0ca7-4004-8638-3d3e4059e084/Yemanjá---Cabocla-do-Mar

Ponto de Indaia
Olha que cabocla linda
Que Rei das Matas mandou chamar 2x

Oh Indaia é da Linha da Umbanda
Oh Indaia é da linha de Iemanjá 2x

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ave Maria

Ave Maria cheia de Graça,
O Senhor é convosco,
Bendita sois vós entre as mulheres.
Bendito é o fruto do vosso ventre - Jesus.
Santa Maria, mãe de Jesus.
Rogai a Deus por nós os pecadores
Agora e na hora de nossa morte.

Amém.

Pai Nosso

Pai Nosso que estais no céu ,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso reino,
Seja feita a vossa vontade,
Assim na terra como no céu,
O pão nosso de cada dia,
Nos dai hoje Senhor.
Perdoai as nossas ofensas,
Assim como nós perdoamos,
A quem nos tem ofedendido.
Não nos deixei cair em tentação,
Mas livrai-nos, Sagrado Senhor,
De todos os males.

Que assim seja!

Prece de Cáritas

DEUS, NOSSO PAI, que tendes poder e bondade, daí a força àquele que passa pela provação, daí luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

DEUS, daí ao culpado o arrependimento, daí ao espírito a verdade, daí a criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor, que vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.

Piedade, meu DEUS, para aquele que não Vos conhece, esperança para aquele que sofre.

Que vossa bondade permita hoje aos espíritos consoladores derramem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.

DEUS, um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a terra; deixa nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão; um só coração, um só pensamento subirá até vós, como grito de reconhecimento e amor.

Como Moisés, sobre a montanha, nós esperamos com os braços abertos para vós, Ó Poder, Ó Bondade, Ó Beleza, Ó Perfeição, e queremos de alguma sorte forçar Vossa Misericórdia.

DEUS, dai-nos força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós.

Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas o espelho onde deve refletir a Vossa Imagem.

Que assim seja.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Caridade Segundo o Espiritismo

I – A Caridade Material e a Caridade Moral

IRMÃ ROSÁLIA

Paris, 1860




9 – “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos que nos fosse feito”. Toda a religião, toda a moral, se encerram nestes dois preceitos. Se eles fossem seguidos no mundo, todos seriam perfeitos. Não haveria ódios, nem ressentimentos. Direi mais ainda: não haveria pobreza, porque, do supérfluo da mesa de cada rico, quantos pobres seriam alimentados! E assim não mais se veriam, nos bairros sombrios em que vivi, na minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças necessitadas de tudo.

Ricos! Pensai um pouco em tudo isso. Ajudai o mais possível aos infelizes; daí, para que Deus vos retribua um dia o bem que houverdes feito: para encontrardes, ao sair de vosso invólucro terrestre, um cortejo de Espíritos reconhecidos, que vos receberão no limitar de um mundo mais feliz.

Se pudésseis saber a alegria que provei, ao encontrar no além aqueles a quem beneficiei, na minha última vida terrena!

Amai, pois, ao vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que o desgraçado que repelis talvez seja um irmão, um pai, um amigo que afastais para longe. E então, qual não será o vosso desespero, ao reconhecê-lo depois no Mundo dos Espíritos!

Quero que compreendais bem o que deve ser a caridade moral, que todos podem praticar, que materialmente nada custa, e que não obstante é a mais difícil de se por em prática.

A caridade moral consiste em vos suportardes uns aos outros, o que menos fazeis nesse mundo inferior, em que estais momentaneamente encarnados. Há um grande mérito, acreditai, em saber calar para que outro mais tolo possa falar: isso é também uma forma de caridade. Saber fazer-se de surdo, quando uma palavra irônica escapa de uma boca habituada a caçoar; não ver o sorriso desdenhoso com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se julgam superiores a vós, quando na vida espírita, a única verdadeira, está às vezes muito abaixo: eis um merecimento que não é de humildade, mas de caridade, pois não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.

Essa caridade, entretanto, não deve impedir que se pratique a outra. Pelo contrário: pensai, sobretudo, que não deveis desprezar o vosso semelhante; lembrai-vos de tudo o que vos tenho dito; é necessário lembrar, incessantemente, que o pobre repelido talvez seja um Espírito que vos foi caro, e que momentaneamente se encontra numa posição inferior à vossa. Reencontrei um dos pobres do vosso mundo a quem pude, por felicidade, beneficiar algumas vezes, e ao qual tenho agora de pedir, por minha vez.

Recordai-vos de que Jesus disse que somos todos irmãos, e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus! Pensai naqueles que sofrem, e orai.

*





UM ESPÍRITO PROTETOR

Lyon, 1860

10 – Meus amigos, tenho ouvido muitos de vós dizerem: Como posso fazer a caridade, se quase sempre não tenho sequer o necessário?

A caridade, meus amigos, se faz de muitas maneiras. Podeis fazê-la em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem terem sequer vivido; uma prece de coração os alivia. Em palavras: dirigindo aos vossos companheiros alguns bons conselhos. Dizei aos homens amargurados pelo desespero e pelas privações, que blasfemam do nome do Altíssimo: “Eu era como vos; eu sofria, sentia-me infeliz, mas acreditei no Espiritismo e, vede agora sou feliz!” Aos anciãos que vos disseram: “É inútil; estou no fim da vida; morrerei como vivi”, respondei: “A justiça de Deus é igual para todos; lembrai-vos dos trabalhadores da última hora!” Às crianças que, já viciadas pelas más companhias, perdem-se nos caminhos do mundo, prestes a sucumbir às suas tentações, dizei: “Deus vos vê, meus caros pequenos!”, e não temais repetir freqüentemente essas doces palavras, que acabarão por germinar nas suas jovens inteligências, e em lugar de pequenos vagabundos, fareis delas verdadeiros homens. Essa é também uma forma de caridade.

Muitos de vós dizeis ainda: “Oh! somos tão numerosos na terra, que Deus não pode ver-nos a todos!” Escutai bem isso, meus amigos: quando estais no alto de uma montanha, vosso olhar não abarca os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: Deus vos vê da mesma maneira; e Ele vos deixa o vosso livre arbítrio, como também deixais esses grãos de areia ao sabor do vento que os dispersas. Com a diferença que Deus, na sua infinita misericórdia, pôs no fundo do vosso coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Ouvi-a, que ela vos dará bons conselhos. Por vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal, e então ela se cala. Mas ficai seguros de que a pobre relegada se fará ouvir, tão logo a deixardes perceber a sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a, e freqüentemente sereis consolados pelos seus conselhos.

Meus amigos, a cada novo regimento o general entrega uma bandeira. Eu vos dou esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. Praticai essa máxima: reunir-vos todos em torno dessa bandeira, e dela recebereis a felicidade e a consolação.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cambone de Umbanda

Gostaria de abordar um trabalho de extrema importância no terreiro que é o de cambone.

O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio, que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento

de sua engrenagem.

Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritímo, mas o que não muda é aquela adrenalina e ansiedade (benéfica) à espera da linha de trabalho a ser chamada. Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça importante com um filho de todas as entidades que na casa se manifestam.

É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias.

Todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, dependendo muito do amor e da dedicação de todos, inclusive dos cambones. Aí entra

também o sentimento de ser filho de cada um dos Guias espirituais, que com o tempo

só de olhar sabem como estamos, como um pai que olha o filho pequeno. Os cumprimentos e o abraço de um, a palavra do outro, a “chamada” de um terceiro, e a

gente vai, crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões,

companheiros, pais e mães espirituais.

Chegando até mesmo um ponto, em que ao meio de inúmeros Guias, o cambone

ouve mentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual com mais afinidade

com o cambone, solicitando sua presença ali ao seu lado. Isso não tem preço !

Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento,

sendo este ligado apenas um médium e suas entidades ou como também os cambones que atendem vários médiuns sem ser específico de um só.

Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é

uma escola, um aprendizado sem fim, que aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir-se e sentir amado e especial.

Existem dias, em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham, mas são nesses dias, em que a espiritualidade te recompensa com um abraço de um pai querido ou um ramo de arruda imantado.

Enfim, cada gesto dessa grande corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os “colegas”, irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessitados da corrente.

Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, aprende e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para toda um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz .

Hoje, de um modo geral, por todo o trabalho de doutrina, esclarecimento e preparação, os cambones são vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa, mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia na importância do seu trabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, como médium de umbanda recebe de seus próprios amparadores espirituais. Percebam e internalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humildade e delicadeza, a generosidade e o trabalho extramamente gratificante e engrandecedor de servir ao Pai, servindo a muitos.

Se tiverem amor pelo trabalho de cambone, receberão amor enquanto forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão amor e doarão amor de toda a corrente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mediunidade

“159. Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, auditivos, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, pneumatógrafos, escreventes ou psicógrafos. (Cap. 14,item 159, Livro dos Médiuns).”

A mediunidade é a faculdade através da qual mantemos contato entre o mundo material e o mundo dos espíritos. Ela se manifesta de forma mais ou menos ostensiva em todos os indivíduos. Mas, em cada um, manifesta-se em menor ou maior grau. Pode ser caraterizada através do uso de nossa intuição, em grau mais leve, ou nos casos de incorporação do médium pelo espírito, de forma mais ostensiva. Quando se apresenta marcante e forte diz-se que o médium é ostensivo. Quando sutil e rudimentar, de fenômenos esparsos e esporádicos de pouca intensidade, diz-se que o médium tem mediunidade oculta. Este último corresponde a mediunidade presente em todos os homens.

Desta definição podemos tirar a conclusão de que todos possuímos um canal psíquico através do qual os espíritos que habitam os diversos planos diferentes frequentemente entram em contato conosco, já que continuamente nos colocamos em contato com o plano espiritual seja através de fenômenos inconscientes, das preces ou intuições que recebemos. Porém, dentro da conceituação espiritualista, o médium é aquele que apresenta os sintomas desse contato com o plano espiritual de forma ostensiva.

A mediunidade está presente na Terra desde os primórdios da raça humana, uma vez que é sentido inerente à ela, desde que sempre houve a necessidade do intercâmbio entre o mundo dos encarnados e dos desencarnados.

De um análise acurada da Bíblia podemos dizer que, sem sombra de dúvidas, o fenômeno mediúnico está presente pelos tempos e dela trouxe Jesus provas e testemunhos que deixou e que se perpetua através dos tempos, com o desenvolvimento do Cristianismo.

No Novo Testamento, Paulo nos narra os fenômenos mediúnicos em vários versículos de sua Carta aos Coríntios, onde destacamos, a título de exemplo os seguintes versículos:

“21 Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.

22 De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.

23 Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão, porventura, que estais loucos?

24 Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.

25 Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós. (Carta aos Corintios, capitulo 14, vss. 21/25).

....

31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.

32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.

33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.”

Com tais exemplos da manifestação mediúnica, Paulo, além de reconhecer a veracidade do fenômeno, apresenta-o como atividade típica da relação do homem com Deus e recomenda seu desenvolvimento para a prática da caridade e das Leis Divinas.



- GRAUS DE MEDIUNIDADE:

A mediunidade está classificada, nos estudos espiritualista, em diferentes graus, como consciente, semi-consciente e inconsciente.

A mediunidade consciente é cada dia mais comum, uma vez que quanto mais consciente a mente do médium durante a incorporação, melhor a forma de afinidade entre o médium e o espírito desencarnado, propiciando um trabalho mais eficiente de atendimento a quem procura solução para seus problemas, não havendo , no entanto, interferências do espírito do médium no desenvolver do trabalho do espírito desencarnado, ou entidade espiritual.

Na verdade, a diferença entre o médium consciente e o inconsciente não é a de que o médium inconsciente não participa do processo de incorporação conscientemente. O que ocorre é que após a incorporação, o médium se recorda de tudo o que foi dito pela entidade, o que não ocorre nos casos da mediunidade inconsciente, quando o espírito desencarnado não deixa essa lembrança com o médium na hora em que ocorre a desincorporação.

Com relação à semi-inconsciência o que pode ser dito é que ao invés de haver a lembrança total do médium de tudo que ocorreu durante o transe mediúnico, nos casos da mediunidade consciente, ou da ausência total da lembrança, quando este é inconsciente, o médium lembra parcialmente de algo do que foi dito ou do que se fez.

O espírito desencarnado, no processo de incorporação, controla a fala e todas as funções endócrinas do corpo do médium, principalmente as funções nervosas e cardíacas, fazendo com que o fluxo sanguíneo do médium diminua sua intensidade para que haja o menor dispêndio de energia possível, fator que acarreta uma diminuição da temperatura do corpo do médium, o que provoca certa surpresa naqueles que tocam no corpo do médium incorporado. O corpo do médium durante o transe mediúnico está em constante vibração pelo contato da energia do espírito desencarnado com a do espírito do médium.

Nos primórdios da Umbanda, a forma mais corriqueira de incorporação era a inconsciente, quando surgiu a denominação “cavalo”, ou “burro” para o médium iniciante, uma vez que por desconhecimento do fenômeno, o médium relutava bastante, não deixando que o espírito desencarnado (entidade) tomasse o controle de seu corpo, fazendo com que o fenômeno mediúnico ocorresse de forma que a entidade tinha quase que “montar” no médium em que iria incorporar.

O que ocorria, nesses casos, era que o médium, ao haver a saída do corpo da energia do espírito desencarnado, recuperava seus sentidos como se estivesse saindo de um sono profundo, o que leva muitas pessoas a acharem até hoje que na incorporação, haja a saída do corpo do espírito do médium, que este se afasta, ou coisas assim, quando na verdade, somente há uma sintonia de espírito para espírito, fazendo com que a entidade espiritual controle os sentidos corporais, mas não se apossando do corpo do médium, que só possui uma alma durante a vida.

Assim, confunde-se a passividade do médium e sua falta de lembrança após o transe mediúnico, com a sua ausência do corpo material, o que não ocorre. Há somente o transe mediúnico durante o qual o espírito tem suas funções controladas pelo espírito comunicante que tem plenos poderes do corpo, de sua parte psíquica, física, sensorial e motora.

Tipos de Mediunidade

Psicofonia:


Na Umbanda, a forma mais freqüente de manifestação do fenômeno mediúnico é através da incorporação, apesar de tal termo não representar a exata realidade, uma vez que não há possibilidade de dois espíritos ocuparem a mesma matéria ao mesmo tempo. Usa-se o termo “incorporação” uma vez que o médium tem sua voz, suas maneiras e trejeitos e até mesmo a sua feição, em alguns casos, modificados pelo espírito que está exercendo sua influência na matéria durante o fenômeno mediúnico, dando a impressão de que este “entrou” no corpo do médium.



Na verdade, o que ocorre é uma comunicação entre o espírito desencarnado e o espírito do médium, mente a mente, dando a impressão de que o médium está incorporado. Durante a incorporação o espírito comunicante atua diretamente sobre os centros nervosos de controle do corpo do médium. Conforme o grau de exteriorização do períspirito do médium, o espírito comunicante tem maior ou menor controle dos centros nervosos do corpo do médium.



Para que se dê a incorporação, o espírito comunicante necessita ligar-se energeticamente ao corpo do médium, e faz isso através de pontos específicos que se localizam na região encefálica, na região toraco-abdominal e na região do cóccix, atuando nos chacras existentes nessas regiões.



- Psicografia:

Comumente são denominados médiuns escreventes aqueles que manifestam a mediunidade pela psicografia, ou seja, quando os espíritos comunicantes atuam de forma a levarem o médium a escrever.

A psicografia classifica-se em mecânica, semi-mecânica e intuitiva.

Na psicografia mecânica, o médium não sabe o que escreve, atuando o espírito comunicante diretamente sobre a mão do médium de forma muito rápida, mantendo a forma e a caligrafia que personaliza o espírito desencarnado.

Na semi-mecânica, o espírito comunicante interage com a alma do médium dominando parcialmente sua mão e braço, sendo que o médium só tem consciência do que escreve na medida em que as palavras vão sendo escritas.

A mediunidade intuitiva é a mais freqüente atualmente, sendo que o espírito comunicante interage com a alma do médium transmitindo mentalmente suas idéias, servindo este como intérprete da mensagem do espírito desencarnado, já que o médium tem consciência do teor da mensagem que será transmitida antes mesmo de escrevê-la.




- Vidência:

Fenômeno mediúnico que se caracteriza pela visualização das coisas, ambientes e espíritos do mundo espiritual. O médium tem ciência do mundo espiritual, podendo vislumbrá-lo, seja através de cenas do presente, do passado ou do futuro.



Essa visualização se dá com os “olhos” do espírito, o médium enxerga através de sua alma, já que os vislumbra mesmo que esteja de olhos fechados. A vidência também se caracteriza pela visualização através de outros meios, como em um copo de água, no chão, etc...

A vidência não se confunde com a clarividência, uma vez que esta última não é mediunidade, mas capacidade anímica do médium, que o permite ter uma visão de cenas e objetos que os olhos físicos não podem alcançar. Não existe, na clarividência, comunicação do médium com o espírito desencarnado, como ocorre na mediunidade, é sim a clarividência manifestação anímica do médium, espírito encarnado, que se dá através da emancipação de sua alma. Também se chama a clarividência de “2ª. visão”.

- Audiência:

Manifestação mediúnica que permite ao médium escutar no campo fluídico os sons produzidos no plano espiritual.

Da mesma forma que a clarividência, o médium pode através de capacidade anímica, possuir clariaudiência que permite que ele perceba os sons produzidos até onde o campo fluídico de seu espírito alcançar, através da emancipação da alma.

- Sensitividade:

Médiuns sensitivos são aqueles capazes de perceberem o nível vibratório de um ambiente ou presente em pessoas ou coisas, sentindo o padrão energético no qual estes se encontram, seja positivo ou negativo.

Falando especificamente na manifestação mediúnica na Umbanda, a modalidade mais popular pelos centros e terreiros pelo Brasil é a incorporação, sendo a forma utilizada pelas entidades dessa religião para trazerem a Mensagem Divina a esses filhos de Deus tão descrentes, já que o fenômeno mediúnico passa a ser o contato direto do plano espiritual com o físico, não havendo um intérprete ou um compilador das mensagens astrais.

Com a Umbanda, e consequentemente, a incorporação de seus Guias e Entidades espirituais, o plano terreno, os espíritos encarnados passaram a ter a espiritualidade falando diretamente com o ser humano, porque não precisavam mais de oráculos ou sacerdotes que lhes transmitissem os ensinamentos a serem seguidos e ditados por Deus ou pelo Mestre Jesus.

Passaram sim, a ter ao contato de suas mãos, olhos e inteligência a própria entidade, o próprio Guia espiritual, o próprio guardião de seus caminhos a lhes dizer o certo e o errado. A lhes mostrar suas falhas, seus débitos ou mesmo suas virtudes, para trabalharem nesse sentido e alcançarem sua evolução.

Ponto dos Marinheiros

Seu marinheiro
Que vida é a sua
Tomando cachaça
caindo na rua ?

Eu bebo sim
Eu bebo muito bem
Bebo com meu dinheiro
Não devo nada a ninguem

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Navio Negreiro no fundo do mar
Navio Negreiro no fundo do mar
Correntes pesadas arrastando na areia
A negra escrava se pos a cantar
A negra escrava se pos a cantar

Saravá minha Mãe Iemanjá
Saravá minha Mãe Iemanjá

Virou a caçamba pro fundo do mar
Virou a caçamba pro fundo do mar
Quem me salvou foi mãe Iemanjá
Quem me salvou foi mãe Iemanjá

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O Cirandeiro
Cirandeiro ó
O Cirandeiro
Cirandeiro ó

A pedra do seu anel
Brilha mais que ouro em pó
A pedra do seu anel
Brilha mais que ouro em pó
================================

Seu Martim Pescador
Que vida é a sua?
É bebendo cachaça
Caindo na rua

Eu também sei nadar
Eu também sei nadar no mar
Eu também sei nadar
Eu também sei nadar no mar

Eu também sei, também sei, também sei nadar
Eu também sei, também sei, também sei nadar

Na barra vi só dois navios
Perguntando se podia entrar
A barra já está tomada seu marujo
Nessa barra aqui quem manda é Oxalá
A barra já está tomada seu marujo
Nessa barra aqui quem manda é Oxalá